2020 mal teve início e já foi capaz de marcar a história humana. É o ano em que a humanidade teve a sua fragilidade exposta por um vírus microscópico. Um vírus para o qual ainda não há vacina, remédio ou tratamento totalmente eficaz. A busca por uma cura continua, e durante esse meio tempo os profissionais da saúde são os grandes guardiões que defendem a sobrevivência da humanidade. E em um momento tão difícil quanto esse pelo qual passamos, são os nossos enfermeiros e enfermeiras que fazem a linha de frente na batalha contra o COVID-19.
A enfermagem é uma das profissões mais importantes dentro de um hospital. Diariamente esses profissionais vivenciam e participam ativamente em situações de vida ou morte. São esses profissionais os principais responsáveis pelo cuidado do paciente, e suas atividades incluem a comunicação entre médicos e pacientes, administração de medicamentos e realização de curativos.
Eles também são responsáveis por prestar os primeiros atendimentos e acompanhar a recuperação dos pacientes, realizam exames preliminares, monitoram o quadro de saúde, atualizam prontuários, previnem infecções hospitalares, preparam exames e separam instrumentos para cirurgias. Mais do que isso, são esses profissionais que fazem os hospitais, clínicas e postos de saúde funcionarem.
E agora, mais do que nunca, no mundo inteiro esses profissionais mostram sua coragem, zelo, empenho e amor ao próximo, em uma luta diária para tratar aqueles infectados pelo Corona Vírus. Durante várias horas seguidas dedicadas ao trabalho, eles põem em prática seus conhecimentos para salvar vidas e impedir o avanço do inimigo invisível.
Por se tratar da maior categoria profissional de Saúde, e a única presente durante 24 horas ao lado do paciente, a Enfermagem tem um papel fundamental na detecção e avaliação dos casos suspeitos de Corona Vírus. No mudo todo, enfermeiros e enfermeiras enfrentam longas jornadas de trabalho e arriscam a própria vida para conter a epidemia. Muitos abriram mão de suas folgas, férias e descanso. Outros estão trabalhando sem parar como voluntários. E no Brasil não é diferente.
Em entrevista ao jornal Estado de Minas Gerais, a enfermeira Chirley Madureira Rodrigues, gerente da UPA Centro-Sul em Minas Gerais, comentou o esforço que os profissionais da enfermagem estão tendo contra o Covid-19: “Nas duas últimas semanas, estamos de plantão em tempo integral, em torno de 20 horas por dia. Quando não é presença física, estamos conectados pelo celular. Bate um cansaço, mas estão todos envolvidos. Tenho as crianças em casa, mas cancelei de imediato as férias”.
Casos como o de Chirley se repetem no mundo inteiro e evidenciam a rotina em que os profissionais de saúde se encontram no contexto da pandemia do novo Corona Vírus. Nos últimos dias, os registros de pessoas com Covid-19 têm crescido cada vez mais no Brasil. Até agora de são mais de 10.000 casos confirmados em todo o país, e os números continuam a crescer. Consequentemente, medidas como o aumento no horário de atendimentos de unidades básicas de saúde, e a contratação de enfermeiros e enfermeiras qualificadas são algumas das providencias tomadas pelo Ministério da Saúde.
Outro ponto enfatizado pela doutora em sua entrevista, e constatado tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é que nenhum sistema de saúde está apto a atender os casos de Covid-19 em uma demanda tão grande num curto período de tempo. É o que aconteceu na Itália e na China, onde os sistemas de saúde foram extremamente sobrecarregados pela alta demanda de atendimento.
O Covid-19 tem um alto índice de transmissão, fator esse que coloca em risco os profissionais da saúde que fazem frente no atendimento. O Vírus também tem a capacidade de ficar encubado por até duas semanas. Os sintomas da doença são respiratórios, como febre, tosse e falta de ar, e podem levar ao desenvolvimento de pneumonia grave.
Por esse motivo, é recomendado que os profissionais tomem medidas de prevenção para preservar a própria saúde, através do uso dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual). Esses equipamentos incluem: luva, máscara, seringa e agulha, e são fundamentais para proteger a vida desses profissionais. Além disso, são necessários para controlar a disseminação do vírus. Se um enfermeiro ou enfermeira pegar o vírus, pode acabar transmitindo para as pessoas que for atender.
E o suprimento dos EPI’s é outro desafio que os profissionais da enfermagem enfrentam. Mesmo ainda não tendo chegado no pico de transmissão, os profissionais da saúde no Brasil já estão sentindo a falta de materiais básicos de proteção. E o maior temor é de que a situação piore com os dias que estão por vir. Os enfermeiros do país e do mundo precisam, além da estrutura dos hospitais e clínicas, de equipamentos.
Todos esses fatores contribuem para o desgaste físico e mental dos profissionais de enfermagem no Brasil e no Mundo. O ambiente hospitalar é por si só bem estressante em condições normais, e com uma doença tão perigosa como o Corona Vírus, a insegurança fica maior. Nesses tempos de Corona Vírus os profissionais de saúde passam apertos e dificuldades na luta pela vida.
O estresse e a pressão de lidar com o a vida dos pacientes, somado risco de adoecer e as condições extremas de trabalho, provocam severos problemas de saúde mental, aumentando as chances de o profissional desenvolver ansiedade e depressão. A situação é tão grave que a OMS, constituiu um guia para orientar cuidados a saúde mental de diversos grupos, incluindo profissionais de saúde.
Nestes tempos de crise e medo, é importante nos lembrarmos daqueles heróis e heroínas que fazem a linha de frente na batalha pela nossa vida. Esses profissionais que arriscam suas vidas pela nossa segurança e bem-estar, não merecem menos que a nossa admiração. Nossos aplausos e agradecimentos são dirigidos a eles neste momento tão difícil de nossa história, sob a esperança de que sairão vitoriosos dessa batalha.